Hospital ABHU com elevado número de pacientes faltosos

O diretor administrativo da Associação Beneficente Hospital Universitário (ABHU) de Marília, Rodrigo Paiola, considerou elevado o número de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (Sus), que deixam de receber atendimento médico no Ambulatório Médico de Especialidades (Ame) por simplesmente não cumprirem o agendamento prévio. “Somente neste primeiro semestre foram 3.455 pessoas que faltaram nas consultas agendadas e deixaram de ser atendidos promovendo vagas ociosas”, disse o dirigente hospitalar preocupado com a situação. “Esta ausência de paciente sem aviso causa problemas no sistema de atendimento além de custo operacional, finalizando em prejuízo para o hospital”, reclamou o diretor da ABHU ao receber os dados das 27 especialidades médicas oferecidas pelo Ame da ABHU de Marília.

De acordo com os dados apresentados o mês de janeiro teve 715 faltosos, enquanto que em fevereiro foram outros 636 pacientes faltosos, com mais 489 pacientes que não apareceram em março, e mais 518 procedimentos agendados e não realizados em abril, além das 524 reservas de atendimento não efetuados em maio, enquanto que em Junho foram 573 vagas ociosas no hospital. “Isto quer dizer que temos uma média mensal de 575 faltosos”, contabilizou o diretor ao se preocupar com o fato, pois, uma vez feito o agendamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde, o hospital deixa de utiliza-la com outro paciente que está precisando e pode estar na fila há anos, necessitado bastante da vaga, e com o preenchimento das vagas, isto agilizaria o atendimento médico em geral. “A vaga fica sem ser utilizada com todos os procedimentos necessários, e no final, o convênio Sus não paga por isso. O prejuízo é somente do hospital com a falta do paciente agendado”, explicou.

De acordo com a responsável pelo Ambulatório Médico de Especialidades da ABHU de Marília, Zilda de Freitas Takahashi Martins, as vagas são reservadas pela Secretaria Municipal de Saúde, que informa o Posto de Saúde que notifica o paciente sobre o dia e horário marcados para o atendimento no Ame da ABHU de Marília. Essa comunicação entre o Posto de Saúde e o paciente é feita pelos agentes de saúde que vão até a residência do paciente informa-lo. “Por alguma razão ele não aparece e não avisa, complicando o atendimento público”, disse a coordenadora do Ame da ABHU de Marília. “Todo esse processo acontece em 30 dias, ou seja, tempo suficiente para o paciente se preparar para o atendimento médico”, comentou ao lamentar as ausências existentes.

As 3.455 vagas ociosas no semestre poderiam ser utilizadas por outras pessoas da comunidade, se não houvessem tantas vagas ociosas. “Todos perdem com este problema”, disse Zilda de Freitas Takahashi Martins. “Mas o maior prejudicado é o paciente que não é atendido, e que normalmente é o que mais precisa deste agendamento”, falou a coordenadora que não soube dizer as razões do paciente faltar na consulta. O Ame da ABHU de Marília conta com 2.900 vagas disponíveis para atendimento público e nunca são utilizadas a totalidade das vagas. “E tem gente que reclama que não encontra vaga”, disse a coordenadora.